✍️ nota da autora: esse texto é baseado em anotações da minha viagem de carro pela Argentina em 2018. faz parte de uma série cronológica sobre essa jornada. se quiser acompanhar a história completa, recomendo ler as edições anteriores antes de continuar.
📍 Buenos Aires | 📍 Bahía Blanca | 📍 Puerto Madryn
Depois de deixar Puerto Madryn para trás, seguimos viagem rumo a Comodoro Rivadavia — uma cidade costeira da Patagônia, onde o vento parece nunca tirar férias.
Comodoro não é exatamente um destino turístico clássico, mas é um ponto de parada para muitos viajantes que estão na rota 3 ruma ao Ushuaia. É cercada por morros áridos e pelo mar gelado do Atlântico Sul. E é super famosa pelas rajadas de vento que te fazem lutar para abrir e fechar a porta do carro.
A estrada entre Puerto Madryn e Comodoro é daquelas que colocam a prova a sua playlist. São quilômetros e mais quilômetros de retas intermináveis, com paisagens de um deserto patagônico, seco, silencioso e imenso. Com poucas curvas e muito céu. Um tipo de beleza que assusta e fascina ao mesmo tempo.
Foi ali, em Comodoro, que fizemos um “balanço”. A viagem até Ushuaia era o nosso grande objetivo, mas começava a ficar claro que a gente precisava fazer um balanço antes de seguir em frente.
Pegamos papel, caneta e o que restava da nossa energia e sentamos pra fazer contas. Literalmente¹.
Quanto já tínhamos gasto? Quanto ainda dava pra gastar? Dava pra chegar até o fim do mundo e ainda voltar pra casa com o carro intacto? E mais: conseguiríamos nos manter por mais um tempo até encontrar um trabalho?
💌 ¹spoiler: quem acompanha a série journal with me verá esse papel na próxima edição hein.
A gente estava longe. Muito longe. Com todo o nosso dinheiro ali com a gente. Não tinha PIX, não tinha cartão internacional com saldo emergencial. Tudo era contado, calculado. Sem muita margem pra erro.
Naquela época, em 2018, nem se imaginava passar por uma pandemia. Mas, mesmo assim, o medo de ficar presos em outro país sempre existiu. Nossa cabeça pensava nos piores cenários: e se fechassem as fronteiras? E se o carro quebrasse no meio do nada? E se a gente precisasse deixá-lo pra trás e voltar de avião?
Curiosamente, foi ao escrever cada um deles que começamos a ver as coisas com mais clareza.
Porque com os receios, vieram também as possibilidades. O carro estava firme, a gente foi cauteloso até ali, que sabíamos improvisar, e – talvez o mais importante – que estávamos juntos. ❤️
Comodoro Rivadavia nunca foi o nosso destino dos sonhos, mas foi em meio ao vento forte e às contas rabiscadas no caderno, que reafirmamos nossa meta: chegar até Ushuaia. Ir até o fim do continente. E, depois, voltar. Com segurança, com histórias pra contar e com coragem.
A estrada até Ushuaia ainda era longa, mas naquele dia a gente soube que conseguiria.
📚 Now reading
As irmãs Blue – encontre na Amazon
Sigo acompanhando a história dessas irmãs e, aos poucos, vou me envolvendo mais. É aquele tipo de leitura que não te agarra de cara, mas que te faz querer entender melhor os personagens e onde tudo vai dar. Ainda não sei se vai se tornar uma das minhas favoritas, mas tô curiosa pra saber como as histórias individuais se cruzam de verdade. Se alguém já leu e quiser comentar sem spoilers, eu vou adorar! :))
🎬 Now watching
The White Lotus – disponível na Max
Comecei a terceira temporada e por mais que tenha gostado até agora, sinto que a série já começou a dar sinais de cansaço. Não sei se porque aumentaram o número de episódios, mas foram poucos os personagens que me cativaram. Ainda assim, se você nunca assistiu, vale dar play na 1ª temporada.
🎧 Now listening
Darumas – descubra essa banda no Spotify
Durante o período na Argentina, conheci a banda Darumas e fiquei encantada. Esse trio mistura latin funk, pop e um toque retrô irresistível no álbum de estreia que leva o nome da banda. Mas a real é que “redescobri” a banda agora no final de março porque elas lançaram um novo single “Puerta Abierta” e desde então não sai do meu repeat.